P R E L I M I N A R E S - 08.03.2011 - complementado em 01.04.18
Este projeto ainda não está disponível, por estar em fase final de elaboração.
A apresentação do projeto propriamente dito, será precedida por alguns artigos que terão como objetivo fornecer subsídios para que o mesmo possa ser adequadamente contextualizado e compreendido. Acredito que este procedimento seja necessário por algumas razões:
1. Nem todos aqueles que travarem contato com o projeto, quando de sua apresentação, terão lido o livro Desenvelhecimento;
2. Mesmo aqueles que tenham lido o livro muito provavelmente o fizeram há bastante tempo e não se lembrarão de tudo que leram em detalhes;
3. Mesmo aqueles que consigam lembrar dos detalhes não fizeram, provavelmente, uma leitura direcionada no sentido de entender o que será colocado no projeto. E isso não tem nenhum sentido demeritório ou crítico, pois simplesmente quando o livro foi escrito não o foi com a intenção premeditada de que fosse um texto preparatório para fins de elaboração de um projeto futuro, embora tenha sido, obviamente, aproveitado para este objetivo.
4. O livro foi publicado em 1999, no crepúsculo do século passado. Desde então muitos progressos ocorreram na pesquisa da questão do envelhecimento. Embora estes progressos tenham ocorrido em setores diferentes daqueles focados pela pesquisa deste autor, puderam ser pelo mesmo, de certa forma compreendidos e incorporados no sentido de uma maior compreensão, em profundidade, de seu foco específico, comportamental.
Esclarecendo: a pesquisa acadêmica se concentrou, por um lado, na questão da restrição calórica e seus efeitos, buscando substâncias que a simulassem, primeiro em ratos, com um mínino de efeitos colaterais. Houve neste sentido progressos consideráveis, a ponto de o laboratório inglês Glaxo Smith Kline estar planejando lançar no mercado, através da Sirtris Pharmaceutical, de sua propriedade, em 2015 ou 2016, uma pílula, à base de resveratrol, que imita os efeitos da restrição calórica. Esta imitação, ressalte-se, é somente no sentido da longevidade aumentada, não atuando sobre a questão do peso, isto é, não resolvendo a questão da obesidade. Esta pílula tem tudo para ser chamada de "a pílula da juventude" e promete retardar o início do processo do envelhecimento. E claro, terá, ainda, que ser testada em humanos antes do lançamento comercial.
Por outro lado, outros pesquisadores continuaram debruçados na questão genética, que tem sido, desde a descoberta da estrutura do DNA, em 1953, por Watson e Crick, a vedete número um do palco acadêmico de pesquisa. Aqui também houve avanços, sendo um deles, sem dúvida o mais significativo, bem recente, do final de novembro de 2010, quando pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard, Instituto de Câncer Dana Farber, nos Estados Unidos, liderados pelo pesquisador Ronald DePinho, conseguiram, embora não fosse este o objetivo inicial da pesquisa que estavam conduzindo, reverter o envelhecimento (desenvelhecer) em ratos de laboratório. Este trabalho, projetado inicialmente, para desenvolver tratamento para uma doença genética rara, denominada Progéria (envelhecimento precoce), teve o mérito de demonstrar, de forma incontestável, que O ENVELHECIMENTO É REVERSÍVEL, derrubando um dogma milenar.
Este fato é de uma significância científica e social sem precedentes na História da medicina de nossa atual civilização. O envelhecimento, até então tido como um fenômeno natural e irreversível, incontornável, revela-se ser uma DOENÇA, aquela doença que de uma forma ou de outra, elimina todos os seres humanos que não foram antes, eliminados por outras doenças (envelhecimento focalizado) ou de outras maneiras (acidentes ou outras formas de morte violenta). O Homem será então, EMORTAL (vide Alvin Silverstein e Emortalidade, no dicionário informativo).
Sua importância social está em seu potencial revolucionário (no bom sentido) da ordem social, pois toda nossa sociedade, nossos costumes, leis, expectativas de vida, projetos de vida, tudo enfim, em termos de vida em sociedade tem um embasamento que considera um tempo médio de vida. Nossa organização social está formatada, construída sobre uma base constituída por uma longevidade máxima em torno de 120 anos e uma expectativa de vida média variável de acordo com o desenvolvimento de cada nação, mas dentro de uma margem de tolerabilidade não significativa em termos sociais globais.
A mudança advinda com um novo tempo, de longevidade sem precedentes e expectativa média de vida, vida produtiva e saudável de centenas de anos, forçará a implantação, gradativa, de uma nova ordem social. Por esta razão, o autor considera imprescindível a Criação de uma Fundação (ou equivalente), com o nome provisório de Fundação Desenvelhecer, que possa colaborar, através de estudos e propostas, para que esta nova ordem social seja implementada de uma forma gradual, planejada e executada sem prejuízo para os indivíduos e para as Instituições vigentes.
Outra abordagem é a da Medicina Regenerativa, também chamada de bioengenharia, biotecnologia e engenharia regenerativa. Esta abordagem é feita através do estudo de células-tronco. Um passo importante aqui, foi a descoberta de células-tronco na gordura. Experimentos em humanos já demonstraram que o implante de células-tronco pode reparar órgãos vitais. Segundo Aubrey de Grey, "A medicina regenerativa para problemas do envelhecimento será de fato composta por peças de substituição", e ainda, "Uma vez que a medicina regenerativa se desenvolver, o limite biológico do corpo desaparecerá".
5. Este é um quadro bem resumido da atual situação científica em relação à pesquisa do envelhecimento. De um lado uma abordagem envolvendo a questão da restrição calórica e seus efeitos, que podemos chamar de "engenharia metabólica", uma vez que atua nesta via fisiológica, de outro, outra abordagem que já é chamada de "engenharia genética", e finalmente a engenharia regenerativa.
6. Pois bem, a via de pesquisa trilhada por este autor, desde o início, e pela sua própria formação, foi outra, foi uma via não convencional e, até o momento, não compartilhada por outros pesquisadores, pelo menos não há, que eu saiba outros pesquisadores que tenham adotado esta linha de pesquisa que adotei, e à qual denomino de "engenharia comportamental", termo este tomado emprestado da Psicologia Comportamental. Talvez um nome mais apropriado fosse, então, "Engenharia Epigenética Comportamental Aplicada ao Envelhecimento". Ou, "Engenharia Comportamental Epigenética Desenvelhecedora", que levaria ao nome do procedimento específico, "Terapia Comportamental Epigenética Desenvelhecedora" (TCED).
Desta forma, creio comprensível que para que um projeto focado na engenharia comportamental possa ser compreendido sejam necessários alguns esclarecimentos, que serão apresentados nos artigos que precederão a apresentação do projeto propriamente dito.
O ENVELHECIMENTO DEIXARÁ DE SER O ÚNICO MEIO DE VIVER MUITO TEMPO